terça-feira

Editorial


Quando começamos a vender os vestidos mexicanos, no verão de 2008, isso era novidade aqui no Brasil, fomos pioneiras.... e o sucesso foi imediato. Nós estávamos felizes com esse sucesso porque, é claro, estávamos ganhando dinheiro e também pela imensa satisfação de saber que essas vendas aqui no Brasil ajudavam, e muito, às comunidade indígenas que os produzem. Somos adeptas do comércio justo e solidário. Durante minha pesquisa, escolhi essa Associação para ser parceira de meu negócio pois assim, ajudamos a quem verdadeiramente precisa e vive do artesanato que produz. Sem serem explorados por comerciantes que pagam nada à essas comunidades para vender por toda parte a preços inacreditáveis pelas ruas e feiras no México.
De lá para cá, dezenas pessoas começaram a vender os vestidos por aqui. Que bom né, pensei...mais gente ajudando a dar sustentabilidade à esses povos.
Ocorre que me assustei, e muito, com os preços praticados por meus "concorrentes". Menores que os meus. Achei uma tremenda falta de valorização desse trabalho manual, a meu ver, arte pura, vender os vestidos por preços tão pequenos. Pensava, como conseguem? As vezes via um vestido San Antonio ser vendido aqui mais barato que pago no México, antes de incluir os impostos, e a margem de lucro (que é óbvia, pois vivo disso). Pensava: 'como conseguem, como fazem?"
Não sei.
Sei que sou uma empresa legalmente constituida, pago toda a carga de impostos de importação e emito notas fiscais de venda.
Algumas meninas me enviavam email me arrasando por que meu preço era maior. Fiquei arrasada.
Me lembro quando começei a vender esses vestidos, originais mexicanos, várias grifes aqui no Rio faziam cópias iguais (como a Lee Loo, que os vendia a 398,00, ou o Cantão, a 389,00).
Nunca vi no site ou blogs dessas lojas alguém espinafrando a marca por causa do preço, pelo contrário, as lojas nunca tinham os vestidos, estavam sempre esgotados.
Meus concorrentes copiaram descaradamente as fotos de meu blog, principamente a das atrizes que compram comigo e foram vender seus vestidos a preço de banana, desrespeitando o valor de tal trabalho.
Basta olhar o site que admiro muito, http://www.aidacoronado.com/ , para ver o preço das peças, esse sim um trabalho primoroso de valorização do trabalho feito a mão. Eu e Aida nos correspondemos eventualmente, e nos sentimos recompensadas por saber que nosso trabalho dá suporte às comunidades ancestrais indígenas.

Ontem recebi uma mensagem no meu útltimo post de uma brasileira que vive no México dizendo que pago impostos demais. Minha resposta à ela é: pago sim, o que toda empresa idônea paga. Ela me disse que paga 30%, para enviar vestidos para a irmã no Brasil, não sei como, pois somente para a receita federal a taxa e de 60%., se você é pessoa física ou jurídica. Isso fora ICMS, ISS e o resto da cadeia de impostos. E depois, eu importo para comercializar, não entro com a mercadoria para pessoa fisíca, que paga menos impostos, mas que não pode comercializar legalmente.
Tudo isso para dizer, vamos sim continuar a vender os vestidos, agora com os preços reduzidos em 20%, para igualar ao preço das concorrentes e assim, e principalmente, não deixar as comunidade no México sem nossos pedidos.
As leis que regem o mercado são assim mesmo, se a estratégia é preço....nos adequaremos à ela.

Dou essa satisfção, principalmente para as clientes que já compraram comigo.....

Salutos!

9 comentários:

  1. Sermos ecologicamente corretos, socialmente justos e ter viabilidade econômica não é fácil. A conta é mais cara para quem anda na linha, infelizmente. Você está no caminho correto e suas clientes que desejam o mesmo vão compreender. Beijocas!

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  2. Bonjour! Não sou cliente, ainda não, apesar de querer muito, um dia, adquirir um desses lindos vestidos, mas eu concordo com Taia e apoio você na luta para preservar e valorisar o trabalho das comunidades indigenas. Courage!

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  3. Taia e Marie, obrigada pela força....significa muito pra mim....de verdade!
    bjs
    Marilia

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  4. Perdão pela franqueza, mas o âmago da questão aqui é unicamente margem de lucro. Independente do preço que o vestido é vendido aqui no Brasil, lá no México a artesã está mantendo seu trabalho pelo número de peças bordadas e vendidas.
    Se eu quiser manter minha margem de lucro alta, e consequentemente vender pouco, não estarei agindo de forma egoísta? Afinal, assim meu volume de pedidos cai e isso afetará na produção e, consequentemente, nos ganhos das artesãs.
    E se eu quiser "elitizar" um produto, que lá custa tão pouco, vendendo a um preço inacessível às classes menos favorecidas, qual é a virtude que há nisso?
    Vendendo com uma margem de lucro justa, tendo um bom volume de pedidos e dando o privilégio às "pobres mortais" de também saírem por aí vestidas com um vestido que as globais usam (porque se fossem de uma grife dessas citadas elas nunca conseguiriam comprar) estamos sendo desonestos? Por acaso isso desvaloriza a arte dos vestidos?
    Somos uma empresa que importa esses vestidos de forma legal e pagamos todos os impostos e ainda assim conseguimos manter um lucro de 80-100% em cada peça (dependendo do modelo).
    Posso afirmar à senhora que ainda com a redução de 20% você manterá uma excelente margem de lucro.
    Saludos!

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  5. Olá estou começando meu brecho infantil agora, e gostaria muito que me ajudasse a divulgar este blog tem peças de marcas super conservadas e com precinho bem legal, pode me linkar por favor..
    beijos.......
    http://pepedeanjo.blogspot.com/

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  6. Olá, seus vestidos são lindos!!! Um sonho!!! Eu tenho um preto mas não foi comprado de vc, quem sabe um dia eu consiga comprar uns lindos vestidos seus.
    bjs.

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  7. Olá! Boa noite!
    Eu adoro artesanato! Gosto de pintar e bordar, mas infelizmente, aqui em nosso País, não há cultura suficiente para entender o quanto um trabalho manual é demorado, principalmente se tratando de bordados!
    No Exterior, nossas peças tem valor, mas aqui...quem quiser "sobreviver" desta função, tem que adquirir LESÃO POR ESFORÇO REPETITIVO (LER) para conseguir pelo menos um salário mínimo.
    Por quê os vestidos de alta-costura são tão caros e as roupas casuais bordadas não podem ter esta mesma valorização?
    Só passei pra dizer que a concorrência da “CÓPIA” ou “PIRATARIA” está longe de ser resolvida, e que enquanto os “BOLIVIANOS” e os Chineses se submeterem a trabalhos escravos, não vamos ter o RECONHECIMENTO que merecemos.
    Vamos dar força também às rendeiras de Fortaleza, que fazem maravilhas e são brasileiras como nós e pagar um preço justo pelas horas de trabalho!

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  8. Como faço para comprar seus vestidos?

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  9. A minha pergunta é a mesma que a Lua fez. Como faço para comprar seus vestidos? Qual a faixa de preços.
    Bjimmmm
    Nina

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